terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pode ser preguiçoso, em 2010 a música boa vem até você

A história é verídica e o que me aconteceu foi o seguinte:
Um estranho do nada começou a me seguir no twitter. Eu, curiosa que sou, fui ver qual era a da pessoa. Abri o tal do perfil estranho que me seguia e descobri que não era uma pessoa, mas sim uma banda. Mais curiosa ainda, fui fuçando o perfil. Uma banda de Recife. Era tarde a essa altura e eu já devia estar dormindo há horas, mas aí não aguentei, né...eu PRECISAVA ouvir as músicas e saber qual era a dos caras.

Abri o site. Bonito, bem bacana! Mas corri direto pro link do myspace. E que surpresa!
Rock instrumental sempre me agradou muito, ainda mais feito no Brasil, ainda mais de Pernambuco, com guitarras fodidas, músicas lindas, nada óbvio e... ESCALETA!!! Uau, sério, fiquei muito impressionada e não sosseguei até ouvir TODAS as músicas e mandar-lhes um elogio via twitter. Por isso quis compartilhar com vocês a banda que acabei de descobrir, ou melhor, na verdade, a banda que me descobriu e praticamente me disse "hey, Bá, vem aqui ouvir a gente".

Olha só: http://www.josephtourton.com.br/
Adianto, vale MUITO a pena!

E essa história toda ainda me rendeu uma boa reflexão: pra todos esses preguiçosos de merda que têm a pachorra de dizer, em pleno ano de 2010, que não existe música boa no Brasil, que a nossa geração não toca nada que presta, que "olha só esse VMB, esse Prêmio Multishow, essas rádios FM", que "tudo está perdido", bem: vão se foder!

Sempre me irritei um absurdo com essa postura conformista de reclamar e não ir atrás de coisas boas, da boa cultura que existe e está aí pra quem quiser, em plena era da internet. E ainda mais agora, que, com o twitter, percebi mais um adianto: além da música boa estar lá, acessível, pra baixar de graça, pra curtir, pra divulgar e apreciar, agora ela ainda vem até você. Não vale mais reclamar. Não precisa nem ir atrás. Sem esforço. Você só precisa abrir os olhos, abrir a cabeça; e dar uma chance.

domingo, 18 de julho de 2010

Notícias musicais direto do RIO DE JANEIRO

O Libélula voltou e está muito mais chique: temos um correspondente de outro estado e uma entrevista com banda internacional! Trazendo notícias direto do Rio de Janeiro, meu amigo gênio rockstar Bernardo Fajoses gamou num grupo chamado Jarrah Thompson Band, do qual eu nunca tinha ouvido falar. Aí essa banda foi tocar no Rio e o Bê fez as vezes de repórter cobrindo a apresentação, com uma resenha do show e, além disso, uma entrevista com a banda que logo logo vai estar disponível em formato podcast (vamos postar aqui no Libélula também). "No podcast, além da entrevista com a Jarrah Thompson Band, teremos uma playlist com músicas sugeridas pela própria banda", comenta o carioca. Confira a reportagem especial do Bê!

VONTADE É O QUE NÃO FALTA POR AQUI

Podemos dizer que tudo isso começou da vontade do baixista Bruno Padoveze de mudar, mudar de vez, mudar tudo! Cansados do Brasil, ele e sua mulher Thais se mudaram pra Austrália. Lá, o baixista (profissional há 15 anos) começou sua saga. Fez um teste para a então reformulada banda de Jarrah Thompson, que a princípio estava reticente quanto a ter um baixista brasileiro na banda, “até que o vimos tocando” – revela com orgulho Jarrah, um jovem guitarrista.

Juntamente com Chris Cameron, Bruno é remanescente da original e ENORME formação que gravou Stargazer, álbum de estréia da banda, lançado em 2008. Ao todo, 13 pessoas fizeram parte das gravações, incluindo um quarteto de cordas e um naipe de metais. A responsável pelo toque de mágica na banda, porém, é a flautista Asha Henfrey, que entrou no meio de uma turnê australiana (mal conhecia os integrantes). Nessas horas, podemos ter certeza do verdadeiro poder da música ao unir pessoas tão talentosas no mesmo lugar. Vamos ao show? Ótimo, é aqui que tudo acontece. A banda ao vivo pode ser definida por uma equação simples onde entrosamento e talento, aliados a um bom repertório, resultam em um som orgânico e cheio de uma energia revigorante. É a trilha sonora perfeita para uma viagem em que só eles conhecem o caminho e é bom confiar e se deixar levar pelo som!

Você vai passar por lugares onde nunca esteve antes, embalado por boas jams cheias de improvisos (como em Freedom e Sea Line onde vemos por que Bruno entrou pra banda e porque Asha continua na banda), vai passar por lugares onde já passou antes, mas nunca reparou (principalmente em covers onde Asha prova que sua flauta agrega muito valor ao som da banda, dando uma visão única da coisa). Durante essa viagem, você vai se perguntar se algumas das canções não foram feitas em Bron-Y-Aur e ficaram de fora de um conhecido álbum gravado na casa de campo de Jimmy Page. Mas não pare por aqui, ainda temos mais alguns lugares para visitar (não tanto quanto a banda, que tem 23 datas em locais diferentes). Lugares imaginários onde uma jubgand toca animada e põe todo mundo pra dançar – em algum lugar nesse ponto Asha assume os vocais e revela uma voz doce e cativante, o que só nos faz ficar mais apreensivos pelo próximo álbum que está sendo gravado aqui mesmo no Brasil (em Campinas)!

A viagem continua e músicas como Money Blows Away nos provam que Jarrah é realmente um ótimo compositor, além de um guitarrista inspirado, principalmente na música Joe Walsh, segundo o próprio. Como todo bom show, esse também chega ao fim, dessa vez ao som de I’m The One, um verdadeiro hit que não consegue deixar ninguém parado! Mas a viagem de Jarrah Thompson e Cia. não para por aqui, na verdade isso é só um brilhante começo de uma turnê idealizada há cerca de um ano pelo baixista Bruno, que passou noites sem dormir em sua casa do outro lado do mundo marcando datas pelo Brasil, provando de uma vez por todas que não há jabás ou esquemões (que permeiam cenas culturais e artísticas locais) capazes de deter o verdadeiro talento, mesmo que ele esteja do outro lado do mundo.

O que a Jarrah Thompson Band faz é mágica. Como quase nunca se vê por aí. Fique atento e não pisque, ou perderá todo o truque! Para isso não acontecer, acompanhe as datas da turnê da banda através do Myspace e do hotsite da turnê.

PS: Paulistanos e paulistanas, fiquem atentos ao show que rola no dia 06/08 no Espaço Urucum (Vila Madalena).

Obrigado Bárbara pelo espaço cedido, obrigado Marcelo do Rio Rock e Blues Club pelo espaço cedido para entrevistas. Obrigado também a todos da banda e da equipe, todos vocês são dez!

PEACE!
Bernardo Fajoses Barbosa

terça-feira, 6 de julho de 2010

Novidades dos Garotas Suecas


Mais ou menos duas semanas atrás fui ver Garotas Suecas no CB, barzinho de rock bem legal da Barra Funda. O show foi pouco anunciado, eu que sempre acompanho a agenda da banda nem tava sabendo e descobri por acaso, no dia. Mas, como sempre, foi muito bom!


Me divirto muito nos shows dos Garotas Suecas, é uma banda muito feliz, alto astral, que faz você sorrir e querer dançar e pular que nem uma criancinha! Dessa vez não foi diferente: som maravilha, pessoal animado, gringo louco dançando do meu lado – na verdade, quase me atropelando...mas a banda também tinha muitas novidades pra mostrar.


A começar pelo set list: tocaram muitas músicas novas (algumas delas ainda inéditas) que vão fazer parte de seu primeiro álbum (eles já lançaram 2 excelentes EPs, “Garotas Suecas” e “Dinossauros”, mas nenhum CD completo ainda). Gosto muito da “Olhos da cara”, que diz: “seus óculos custaram os olhos da cara e agora você não vê nada” – refrão super grudento, ficou na minha cabeça por dias desde que ouvi no show do Sesc Vila Mariana, há alguns meses. Fora essa tocaram “Banho de Bucha”, que já está no Youtube há um tempo e é bem boa, suingada e engraçadinha – bem Garotas Suecas. Das inéditas, me lembro bem de “Ela”, num estilo jovem guarda, romântica, e da “Você Não é Tudo Isso, Meu Bem”, que tem uma letra muito espertinha!

A outra novidade foram duas participações especiais: backing vocals! Chamadas pela própria banda de “Coro das Cabrocha Linda” ou coisa parecida, subiram ao palco Luiza Lian, que já cantou com várias bandas e faz parte da banda Noite Torta (se apresentaram no Zé Presidente sexta passada, infelizmente perdi); e Beatriz Mentone, vocalista da banda Memórias de um Caramujo, que tem letras em português absolutamente geniais e tocou uma temporada em março no Espaço Cachoeira, do lado da PUC. Sim, eu fui a um desses shows, e foi fantástico! Depois falo deles aqui. As meninas também participam como backings no CD.


Aí essa semana vários blogs indies e a revista NOIZE (também indie) publicaram coisas sobre os Garotas, nos informando de que o 1º disco deles deve sair já em setembro, porém, só na gringa, pelo selo American Dust. O álbum vai se chamar “Escaldante Banda”, com uma capa maluca psicodélica super colorida (ainda bem que sabemos que Restart não foi a influência, né gentes?). O blog bacana Bloody Pop colocou uma das inéditas para audição e a NOIZE entrevistou a banda para saber como é tocar nos EUA e por que raios as coisas estão dando mais certo lá do que aqui. Muito interessante a entrevista, aliás, que explica bastante coisa sobre a cena independente e o mercado de música no Brasil e no mundo. Recomendo!


Os Garotas vão tocar no sul do Brasil em julho (08/07 em Curitiba e 09/07 em Floripa) e, em setembro, já começam mais uma turnê nos EUA promovendo o lançamento do disco. Espero que voltem a tocar em São Paulo logo (mas já sei pelo myspace deles que a turnê gringa vai ser longa) e que esse álbum saia aqui pra nós, fãs brasileiros, sem muito atraso. Por enquanto, assista ao último clipe deles, pra música Bugalu, do EP Dinossauros. Foi gravado na Vila Madalena, no beco grafitado, tem um fusca rosa, vitrola, integrantes brincando de pula cela, uma beleza!